Biografia

1945
No dia 6 de abril de nasce Luiz Carlos Goulart de Miranda, na Rua Aquidabam (hoje Av. Flores da Cunha), bairro do Riacho, à beira do Rio Uruguai, Uruguaiana.

1950
Miranda começa seus estudos com professores particulares da vizinhança. Aos sete anos ingessa no Colégio Júlio de Castilhos, de sua cidade.

1955
Morre, em acidente, o único irmão de Miranda, José Newton. Antes de completar 10 anos, Miranda é transferido para o Colégio Romaguera Correia.

1958
Inicia o curso ginasial e o científico, que irá concluir em 1965, no Ginásio Estadual Dom Hermeto. Nessa época começa a viajar pelo interior do município. Na campanha vai conhecendo os campos e os matos da terra fronteirista. Aprende com a natureza e os animais, como afirma, “a paciencia engomada da esperança”.
A pescaria e as caçadas nos matos densos do seu rio Uruguai dão-lhe os primeiros vestígios dos sentimentos intransferíveis da solidão e da liberdade.

1962
O jovem Miranda aprende o amor à língua e à literatura, com a professora Domingas Faraco, da disciplina de Português, a quem reconhecerá como sua “mestra”.

1963
Luiz de Miranda inicia sua colaboração literária no jornal A Platéia, de Santana do Livramento.

1966
Luiz de Miranda inicia, em Uruguaiana, o curso de Zootecnia, na primeira faculdade do gênero no Brasil. Interrompe o curso, viaja para Porto Alegre e posteriormente para São Paulo, dando prosseguimento à “febre de andar” que conserva até hoje. Conhece Mário Quintana.

1967
Inicia, em São Paulo, o curso de Teologia, da Faculdade de Teologia da Igreja Metodista do Brasil.

1968
Na primeira página do “Caderno de Sábado”, é publicado o “Poema da terra”, de Luiz de Miranda, com ilustração do também Uruguaianense Vasco Prado. O autor participa ativamente da luta política, no início de organizações que se opunham ao regime militar, ao lado de Caio Martins, entre outros. No dia primeiro de maio, em São Bernardo (SP), atua na peça de sua autoria Povo, palavra, amor, liberdade. A peça foi proibida pela censura, e os espetáculos, suspensos. É obrigado a abandonar São Paulo, devido as perseguições políticas. Refugia-se em Alegrete, onde dirige a parte interna do IRMA, um orfanato para meninos. Temendo ser punido pelo AI-5, foge na companhia de Eleu Rosa de Menezes, Luis Afonso Almeida, Carlinhos Lopes, José Angelli e Euzébio França, escondendo-se em matos densos e inóspitos às margens do rio Ibicuí. Refugia-se clandestinamente no Uruguai.

1969
De regresso à terra natal, Miranda ingressa no curso de Filosofia. É preso em Uruguaiana, quando tentava localizar o poeta Laci Osório. No número 23 dos Caderno do extremo sul, de Alegrete, aparece Andança, a primeira coletânea de poemas do autor.

1970
Miranda retoma seu curso de Filosofia, agora na PUC/RS, de Porto Alegre.

1971
Começa a trabalhar como ator no Teatro de Arena, de seu conterrâneo Jairo de Andrade. Como redator, trabalha para o programa “Sala de Redação”, de Cândido Norberto, na Rádio Gaúcha, de Porto Alegre. Ganha o Prêmio Estadual de Poesia, promovido pelo DCE-UFRGS. É preso no Teatro de Arena durante apresentação de A resistível ascensão de Arturo Ui, de Bertold Brecht.

1972
Viaja pela América Latina. Encontra Mário Benedetti em Montevidéu e, em Buenos Aires conhece Juan Gelman, Chico Urondo e Miguel Angel Bustos, de quem se torna amigo, sendo eles também personagens de seus poemas. Conhece Pablo Neruda. Passa a trabalhar como redator na símbolo propaganda, de Porto Alegre. Abandona definitivamente a Faculdade de Filosofia. Publica seus poemas em várias revistas e suplementos literários brasileiros.

1973
Publica Memorial, editado pelo Instituto Estadual do Livro. “De qualquer modo, penso que memorial assina uma vertente; reúne-se ao que de melhor existe no Brasil.” (Guilhermino César). “Poesia aberta, comunicante, como um sopro de vida e insatisfação”. (Carlos Drummond de Andrade). O pintor Waldeni Elias realiza exposição com seus poemas em Uruguaiana.

1975
Miranda muda-se para Buenos Aires, onde convive com vários brasileiros, entre os quais Augusto Boal e Ferreira Gullar, que escreve, na ocasião, o prefácio de Solidão Provisória. Na mesma cidade vem a conhecer Jorge Luís Borges.

1976
Realiza-se em Porto Alegre a mostra Sobreavida, em que os poemas de Luiz de Miranda são apresentados em gravuras, desenhos, pinturas e fotografias dos artistas Floriani, Mafalda Lopumo e Beth Nuñez. Faz o primeiro levantamento e recital da Poesia Gaúcha Contemporânea. O espetáculo intitulado A Poesia Gaúcha em Ação, apresentado no Teatro de Câmara, juntamente com Guto Pereira, Lurdes Elói, Miguel Ramos e Clênia Teixeira. Muda-se para o Rio de Janeiro, onde trabalha no jornal O Globo, escrevendo no Segundo Caderno.

1978
A editora Alfa-Omega, de São Paulo, publica Solidão Provisória, considerado o lançamento de poesia mais importante do ano pelo Jornal do Brasil, do Rio de Janeiro, e Zero Hora, de Porto Alegre.
“Solidão Provisória” é indiscutivelmente o melhor livro de poesia publicado no Brasil e nas Américas, nestes últimos anos.” (Adovaldo Fernandes Sampaio). Dirige os espetáculos de Vanja Orico e Catulo de Paula para a FUNARTE, no Rio de Janeiro.

1979
Miranda participa do XX Festival Internacional da Canção, em Viña del Mar, Chile, com a canção “Palavra”, em parceria com Kleiton Ramil. Essa é, até hoje, a única composição de autor gaúcho a representar o Brasil em certame internacional. Volta a residir em Porto Alegre. Seus poemas são estudados na Universidade do Novo México, sob a orientação do professor e escritor John Tolman. Dirige o espetáculo Porto da Luz, com música de seu parceiro Joe Eutanazia, no Teatro Renascença.

1981
Publica Estado de Alerta, pela editora Movimento, de Porto Alegre.

1982
Participa da fundação da Associação Gaúcha de Escritores e é eleito seu primeiro presidente.

1983
Traduz Últimos Poemas (O mar e os sinos), de Pablo Neruda, para a editora L&PM, de Porto Alegre.
Participa do MUSICANTO, importante festival de música popular do Rio Grande do Sul. Muda-se para o Rio de Janeiro, onde coordena os espetáculos do amigo Alceu Valença, viajando em sua companhia por todo a Brasil.

1985
Miranda fixa, outra vez, residência em Porto Alegre. Publica Porto Alegre, roteiro da paixão, pela editora Tchê. Com essa obra recebe o Prêmio de Literatura de 1985, do jornal The Brazilians, de Nova Iorque, no First Brazilian National Independece Day Street Festival. Recebe o Prêmio “Expresión Cultural”, da República do Panamá. Recebe o prêmio “Excelência Literária en Las Americas”, do programa de televisão americana “Cita con las Americas”, de Nova Iorque.
Participa do III MUSICANTO, em Santa Rosa, com “Pampa de Luz”, em parceria com Pery Souza. A música, gravada posteriormente por Glória de Oliveira, tornou-se uma das mais executadas nas emissoaras FM de Porto Alegre.

1986
Publica Amor de Amar, pela L&PM, de Porto Alegre. “Poesia é o roteiro da vida de Luiz de Miranda; em poesia se transformam os caminhos por onde ele passa”. (Moacyr Scliar). Participa de Poesia gaúcha, pela Prefeitura Municipal de Porto Alegre, coleção poster-poema de dez autores. Dirige a Divisão de Cultura, orgão da administração municipal de Porto Alegre.
Recebe condecoração do Instituto Panameño de Turismo, Panamá, por sua atuação como Diretor de Cultura de Porto Alegre.

1987
É eleito para a Academia Rio-Grandense de Letras, na vaga deixada por Dyonélio Machado. Publica sua Antologia Poética, pela editora Mercado Aberto, de Porto Alegre.
No Rio de Janeiro, conhece o poeta russo Eugênio Levtuchenko. Viaja ao Panamá e Estados Unidos. Recebe o Prêmio Érico Veríssimo, da Câmara Municipal de Porto Alegre.
Recebe o Prêmio Poesia 1987, outorgado pelo jornal Kronica e Epatur. No dia 30 de janeiro o jornal La Prensa do Panamá publica na capa de sua revista cultural matéria sobre a obra e a vida do poeta. Texto escrito por Lupita Arias e Herasmo Reyes.

1988
Recebe o Prêmio Clave de Sol, conferido pelo Clube dos Compositores do Rio Grande do Sul. Recebe outra vez o Prêmio “Valores culturales de las Américas”, concedido pelo programa de televisão “Cita con las Américas”, de Nova Iorque.

1990
É homenageado por Ivan Lins, que musicou um poema e recitou outro, em show na Ospa, no dia universal do amigo, juntamente com Geraldo Flach.
Amigo de Miranda a mais de 20 anos, Ivan Lins vem se dedicando a musicar a sua obra.

1991
Participa de “Roteiro de uma paixão”, especial para a RBS/TV, de Geraldo Flach, recitando três poemas. Miranda já tinha escrito poema especial para o show “Alma”, do músico, em 1982, intitulado “Elegia do amigo distante”.
Participa, em Montevidéu, do Seminário “Polícas culturais no marco da integração regional do Mercosul”, organizado pela Fundação Friedrich Eber, no Uruguai.

1992
Patrono da 18ª Feira do Livro de Uruguaina, a 3ª Binacional – Brasil/Argentina. Sua música Pampa de Luz, parceria com Pery Souza, é gravada em espanhol, em Buenos Aires, pelo cantor argentino Claudio Bustos. Ary Quintella, escritor carioca, afirma: “Mais um poema, mais outro livro tão vagarosamente engravidado: Livro do Passageiro. Luiz de Miranda, o melhor poeta vivo do Brasil.”

1993
Premiado pelo Governo do Paraguai por sua obra Poesia reunida, através do Ministerio de Educación y Culto. Recebe o prêmio “Literature and Family: The Noblest Desire”, na Feira do Livro Infantil de Bolonha, na Itália, por Livro dos Meses, editado pela FTD. A mesma obra ganha o título “altamente recomendável”, pela Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil.

1994
Participa de “Letras de Espanha”, encontro de escritores organizado pelo Governo Espanhol, em Montevidéu, Uruguai.

1995
Publica Livro do pampa, em comemoração aos seus 50 anos.
Acontece o evento “50 anos/80 Músicos”, festa que começa as 20 horas e termina às 5 horas da madrugada, no dia 6 de abril, aniversário de Miranda. 42 artistas plásticos fazem obras com seus poemas: “A arte na poesia de Miranda”. Este trabalho fica exposto na Casa de Cultura Mário Quintana.
Miranda quando presidente da Associação Gaúcha de Escritores, foi quem sugeriu ao deputado Ruy Carlos Ostermann a realização do projeto que deu o nome de Quintana ao lugar. O acervo de 46 peças foi doado para Uruguaiana, e se acha exposto no Centro Cultural do Município, onde está tombado pelo patrimônio histórico e cultural da cidade. Recebe a Medalha de Ouro, a maior honraria da sua terra natal: Uruguaiana.

1996
Publica Amores Imperfeitos. Viaja à Europa, onde escreve “Balada de Lisboa”, “Balada de Madrid”, “Balada de Paris”. Participa com quatro poemas, em espanhol e português, de Tradução Poética e Plurilingüismo (poemas em 31 línguas), um vasto livro de 1151 páginas, com poetas de todo o mundo e de todas as épocas.

1997
Publica Nova Antologia Poética, organizada e prefaciada pelo poeta português, José Augusto Seabra, ex-ministro da educação e considerado a maior autoridade no mundo em Fernando Pessoa. Essa obra marca os 30 Anos de Poesia de Miranda (1967-1997). Recebe o título de “Cidadão de Porto Alegre”, por votação unânime dos vereadores. É homenageado pela prefeitura de Porto Alegre, durante a reinalguração do Mercado Público, com um sarau, com a presença de poetas, escritores, músicos, cantores e artistas plásticos. No interior, recebe homenagens em Alegrete, Uruguaiana e em Santana do Livramento, onde o prefeito Glênio Lemos o considera hóspede oficial por três dias. Houve espetáculo para culminar o evento, com João de Almeida Neto, Dyamandu Costa, Maria Luiza Benitez e Nelson Cardoso.

1998
Nos últimos dois anos, Miranda produziu quatro obras: Livro dos mistérios, incêndios da vida inteira, Livro das ausências e Amada sempre. Tem ainda um juvenil: A,E,I,O,U o começo do amor. É verbete da enciclopédia de Literatura Biblos, a pedido da universidade de Coimbra, Portugal. O verbete foi feito por Regina Zilberman.
O jornal El Pais de Montividéu publica uma página sobre sua obra assinada pelo crítico uruguaio Pablo Rocca.

1999
Publica Quarteto dos Mistérios amor e Agonias, com os quatro livros escritos anteriormente.

2000
Publica Trilogia do Azul, do Mar, da Madrugada e da Ventania. Sai uma página sobre sua poesia em Porto, Portugal, em 10 de maio, no jornal Primeiro de Janeiro. Texto do poeta José Augusto Seabra, ex ministro de Educação de Portugal. São publicadas duas páginas em Possadas, Argentina, sobre sua poesia com traduçào de tres poemas. O texto é da jornalista e escritora Patrícia da Luz.

2001
Recebe o maior prêmio de Poesia, o Grande prêmio nacional de Poesia da Academia Brasileira de Letras, em 20 de julho no Rio de Janeiro. Representa oficialmente, via Itamarati o Brasil no maior encontro de poetas do mundo: 11º Festival Internacional de Poesia de Medellin, Colômbia. É finalista do Prêmio Jabuti.

2002
Publica “Trilogia da Casa de Deus”, Sulina, 280 páginas que é recebido com entusiasmo pela crítica. O Poeta e crítico Affonso Romano de Sant’Anna afirma: “Esta Trilogia é forte, é um verdadeiro “Canto General” de Pablo Neruda, cheio de generosa amizade. A Poesia sopra com uma força mítica de Orfeu. Um Orfeu dos Pampas.” É indicado para Patrono da Feira do Livro de Porto Alegre. É Patrono da Feira do Livro de Santa Cruz do Sul.

2003
Publica “Cantos de Sesmaria”. Um longo Poema de 280 páginas que parte da Pampa de Uruguaiana e ganha o mundo. É indicado novamente para Patrono da Feira do Livro de Porto Alegre. Seus Poemas foram traduzidos para o Árabe pelo Poeta, Escritor e Tradutor Qassim Haddad (Bahrein).

2004
Viaja para o Rio de Janeiro onde é recebido para dois Chás na Academia Brasileira de Letras, em 19 e 26 de Agosto. Dia 20 de Agosto participa do Evento “O Brasil dos Gaúchos” que reúne no Rio, durante um mês o melhor da Arte feita no Rio Grande do Sul. Termina em 13 de Junho o seu mais longo Poema, começado em 1º de Dezembro de 2003. O Livro é “Nunca Mais Seremos os Mesmos”, 240 cantos e 400 páginas. Será publicado no dia 6 de Abril de 2005 no aniversário de 60 anos do Poeta.

2005
Publica seu Grande Livro “Nunca mais seremos os mesmos”, 240 cantos e 416 páginas, em festa no momeorial do Rio Grande do Sul, juntamente com exposição dos seus 50 anos que reúne 50 quadros dos maiores artistas do Rio Grande do Sul.

2006
Escreve “Velas de Portugal”, longo poema de 120 cantos em louvor à Pátria-Mãe, inédito no mundo.

2007
Escreve “Monolítico” (Memória que não morre), longo poema de 227 cantos relatando sua memória afetiva.

Escreve “Salve a Argentina”, um poema de 101 cantos em louvor à Pátria-Irmã, inédito no mundo.

É criado em 10 de janeiro o Instituto Cultural Poeta Luiz de Miranda, primeiro órgão associativo do Rio Grande do Sul em torno da Poesia, das Artes e da obra do Poeta.

O Instituto Literario Y Cultural Hispanico concede na Caliórnia (USA) elege Luiz de Miranda Membro de Honra, ao lado de personalidades como Jorge Luís Borges (Fundador), Isabel Allende, Ernesto Sábato, entre outros, em 21 de maio de 2007. “Sr. Luiz de Miranda, el Instituto Literario y Cultural Hispánic, lo acoge en su seno, para integrarlo a esta “pléyade de Quijotes” que busca la unión del mundo hispánico a través de sus letras y su cultura”. Dra. Juana Alcira Arancibia, Presidenta-Fundadora de I.L.C.H.

2008
Escreve “Rio de Janeiro, Canto de Amor e Esperança” primeiro canto-livro à Cidade Maravilhosa.

É eleito “Acadêmico Honorífico” da Real Academia de Letras.

É eleito Príncipe dos Poetas do Rio Grande do Sul na tradição que começou em 1916 quando Olavo Bilac coroou

Imagem mostra notícia de jornal onde o poeta Luiz de Miranda recebe o título de "Príncipe dos Poetas Riograndenses"

O Poeta Luiz de Miranda tornou-se o primeiro Poeta Brasileiro vivo ao ter um busto dentro de um Estádio de Futebol. Em Uruguaiana, o Sá Viana Futebol Clube homenageou os 60 anos do Poeta com um busto em bronze do escultor Xico Stockinger. O busto fica próximo ao portão principal do Estádio dos Álamos.

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