Fortuna Crítica

Adovaldo Fernandes Sampaio

Solidão Provisória é indiscutivelmente o melhor livro de poesia publicado no Brasil e nas Américas nestes últimos anos. Goiânia, 1978.

Luiz de Miranda vem construindo uma obra intrigante, instigante, de dimensão universal, e que faz dos Pampas o umbigo do mundo, com toda a sua magia, beleza e grandeza. Em cada verso, está a condição humana e a responsabilidade social de um artista que empresta sua voz a todos que precisam gritar, expressar e exigir. Uma obra que cresce na vertical e na horizontal, sempre a serviço do Homem e da sua circunstância, que ultrapassa a sua humana condição. Goiânia, 2006.

Recebi — e já li e reli — os Cantos de Sesmarias que você teve a gentileza e a generosidade de enviar-me. Muitíssimo grato. Trata-se de uma obra de extraordinária beleza lírica, além de uma longa jornada por uns Pampas desconhecidos, porque você alargou, expandiu as fronteiras da luso-brasileiro-hispanidade, trazendo para o convívio com o leitor nomes, lugares e impressões/expressões que pareciam esquecidos e que precisavam, urgentemente, ser (re)lembrados. Sai-se da leitura deste livro com uma nova visão (revisão?) dos Pampas e do que eles/elas podem (ou devem) ser. Gioânia, 18 de abril de 2008.

Affonso Romano de Sant’Anna

Sua Trilogia da Casa de Deus é forte, é um verdadeiro “Canto General” de Pablo Neruda, cheio de generosa amizade. A Poesia sopra com a força mítica de Orfeu. Um Orfeu dos Pampas. Rio, 2002.

Alceu Valença

A poesia de Miranda é o vento Minuano que passa em voz alta e nos marca para sempre. Rio, 1978.

Conheci Luiz de Miranda num tempo em que a solidão (provisória) e o medo tomaram conta do Brasil. A besta fera andava à solta calando bocas,quebrando dentes. Conheci o Poeta Luiz naquele tempo amargo,doente e reticente.Tempos de telefones grampeados,soldados,mordaças e barreiras.Conheci o Poeta num tempo de poucos amigos,desconfianças e paranóias. Mas,os poetas,loucos e boêmios,não respeitam regras nem responsabilidades.E foi justamente nessa época que nos tornamos solidários e cúmplices. Entre trinta copos de chopp,trinta homens sentados,trezentos desejos presos,trinta mil sonhos frustrados. No luna Bar do Leblon, conheci Luiz de Miranda o poeta de Uruguaiana.Com seus signos,sua ternura,sua palavra,seus óculos e seu chapéu. Olinda, Patrimônio da humanidade, 08 de Janeiro de 1987.

O poeta não envelhece.
Os poemas de Luiz de Miranda tem a paixão do adolescente e sabedoria
dos seus 70 anos. E olhando para trás vemos a criança dos pampas.
São três em um só: o menino, o adolescente e o setentão.
​Alceu Valença- Olinda,23 de março de 2015.

Antonio Carlos Villaça

Memorial é um magnífico livro de poesia, de um magnífico poeta chamado Luiz de Miranda. Rio, 1977.

Antônio Hohlfeldt

A poesia de Luiz de Miranda está intimamente ligada ao seu tempo. Com isso, não se pretende dizer que se trata de uma obra de momento, ao contrário. Ela possui um alcance universal e atemporal, porque ao falar da perfídia da força, da liberdade e da prisão, fala dos ideais mais altos do ser humano, através dos séculos, em todo e qualquer lugar. Porto Alegre, 1978.

Antônio Hohlfeldt

Por isso, de um lado, a dedicatória a Dionıśio o deus da embriaguez (neste caso,simbólica, ainda que sejam muitas as referências ao vinho que atravessam os poemas de Miranda) e, de outro, a poetas como Baudelaire e Rimbaud, ao intelectuais como Sartre ou militantes como Che Guevara: todos tiveram a coragem de definir e viver seus destinos próprios, muitas vezes pagando com a vida tais opções. Miranda filia-se, pois, voluntariamente, a este grupo de rebeldes e revolucionários, de certo modo, malditos, que tanto têm marcado a literatura e a arte universais. Porto Alegre,2015

Antônio Hohlfeldt

Luiz de Miranda renova a tradição da epopeia,
através de cantos subdivididos em dez poemas cada
um,com metros variados. De modo geral, o verso é curto,
nersvoso, bem articulado, guradando rimas
paralelas ou rimas internas, com excelente ritmo.
Mas não é apenas na métrica e na forma externa
que o poeta gaúcho rejuvenesce a tradição épica.
É sobretudo em seu conceito.
O que muda em Miranda é que, sem deixar de ser
social e socializador, seu poema não busca mais
cantar a fundação, mas se interroga a respeito dos
desvios, do subjetivo, do comum e do anônimo.
Antonio Hohlfeldt
Porto Alegre, março de 2012

Antônio Houaiss

Do tempo e da circunstância, do amor dos outros e da vida, de fiapos da existência dilacerada destas horas, do efêmero cotidiano que os poderosos crêem que não fique, dessa matéria fluida e da perdível, da captação desse miserável lixo da história e da exploração do homem, do sensível e emotível e comovível, dessas coisas aparentemente irrelevantíssimas, Luiz de Miranda ergueu este seu canto de eternidade: Bem haja! Rio, 1987.

Livro do Pampa, do admirável e veterano poeta gaúcho universal Luiz de Miranda, é canto de gleba natal e de seus filhos, plantas, bichos, homens (e mulheres) e horizontes e verdes, com palavras e imagens eternas renovadas e inovadas, num timbre múltiplo, épico, lírico, epolírico – canto que insere o bom leitor no mundo real e imaginário da terra pampeira, fazendo-o fluir da emoção contagiante que flui de tanta e tão bela arte de – com palavras – amar a vida. Bem haja. Luiz de Miranda! Rio, 1995.

Antonio Olinto

Se os seleciono e nomeio (Gonçalves Dias e Luiz de Miranda) nesta cavalgada de cultores da poesia, é que neles vejo dois ápices da poesia de língua luso-brasileira, duas vanguardas que, do final da primeira metade do Século XIX ao começo deste milênio, vêm colocar-se de pé na cultura de um tempo. (…) Luiz de Miranda firma seu ritmo de vanguarda, com movimentos que fluem solenes, com a solenidade que, por exemplo, revestia a linha melódica de García Lorca. Rio, 2000.

É com versos desse quilate, é com essa desabrida cadência de palavras, que Luiz de Miranda ascende ao primeiro plano de nossa poesia neste limiar de um tempo. A beleza de seu ritmo, de grande precisão técnica, surge com naturalidade, sem aparente esforço. Nesse largo movimento, dos Primeiros Cantos, de Gonçalves Dias, à Trilogia do Azul, do Mar, da Madrugada e da Ventania, espraia-se toda uma conquista da palavra poética no Brasil. Os versos reunidos neste volume fazem pensar na constatação de Paul Claudel, de que a poesia é uma prece e de que somente através dela chegaremos à salvação. Assim é a explosão vocabular de Luiz de Miranda, que não se esgota nos primeiros contatos. Permanece viva na memória, rica, nítida, inconquistada. Rio, 2000.

Vejo, na poesia de Luiz de Miranda, uma longa caminhada em busca de verdades, cada uma delas mostrando o caminho de apocalipse em que há profecias, quedas, recuperações, gritos, momentos de êxtase. (…) Com a confissão do poeta que desejou narrar em versos a própria vida, numa obra que não tem similar no Brasil, uma obra que é poesia pura, inserida na busca incessante da palavra certa, da palavra que, só ela, pode justificar uma existência. Com este livro ascende Luiz de Miranda à primeira linha da poesia brasileira. Rio, 2005.

Ourives da palavra, Miranda chega com Monolítico ao patamar da grande obra da Língua. Estranha é a posição de Luiz de Miranda em seu permanente fazer poesia. Agita-se no meio das palavras, pegando como se fossem suas e andassem por aí soltas, em busca de seu dono, até que, elevadas por ele a um movimento de existência perene, passem a significar muito mais do que normalmente significam. É como se o poeta atingisse uma nova dimensão vocabular através da qual as “varandas da infância” revelassem o segredo completo do caminho. Em tudo, a partir da aurora inicial,a vida como que produz a mudança de cada avanço e os versos falam do amor e da paz. A poesia de Luiz de Miranda começa na presença de um menino que o leva do pampa ao mar, no ofício de cantar as distâncias do silêncio que envolve a face da verdade. Rio, 8 de fevereiro de 2009.

Ary Quintella

Luiz de Miranda, o melhor poeta vivo do Brasil. Rio, 1989.

Carlos Drummond de Andrade

Estou recebendo, lendo e curtindo seu Memorial, poesia aberta, comunicante, com um sopro de vida e insatisfação. Agradeço-lhe o oferecimento cordial do livro e da cachaça depois da meia-noite, no frio de Porto Alegre que me lembrará, espero, o frio meu mineiro… Quem sabe se faremos essa conferência de temperaturas, lá um dia, isto é, uma noite. Até lá, o abraço amigo e admiração de CDA. Rio, 14 de outubro de 1973.

Poesia aberta, comunicante, como um sopro de vida e insatisfação. Rio, 1973.

Carlos Heitor Cony

Luiz de Miranda tem a melhor ​Fortuna Crítica do país, Porto Alegre, 2005.

Carlos Nejar

É uma poesia natural com o minuano, entoada na simplicidade contrição de uma oração. Caudalosa como a geografia do pampa. Azul profundo tal céu aberto. Miranda comove-nos com seu desembaraço em produzir metáforas e reproduzir o cotidiano. Repassa a sensação de movimento, nunca de partida nem, de chegada. De ser no mundo. Tomado da fúria de um oráculo, impõe seu estilo fluído como o ideal de protesto, coragem social de se expor e transpor os limites. Rio, 2001.

Cassiano Ricardo

Eu que li teus primeiros versos, que muito bem os rasgaste, dás início a tua caminhada com Andança, onde retiras o melhor que as vanguardas obtiveram. É um livro que abre o difícil mundo da literatura pra ti. É um livro definitivo para a história da nossa poesia. São Paulo, 1969.

Daniel Fanti

Luiz Carlos Goulart de Miranda nasceu em Uruguaiana a 6 de abril de 1945, numa casa preta, sem reboco, quase na várzea do rio Uruguai, inicio da Av.Flores da Cunha, bairro Mascarenha de Moraes, conhecido por Marduque e e antes bairro do Riacho. Conta ele: “Aprendi desde pequeno a conviver com as ovelhas, os bois, os cavalos, os cachorros, com uma horta no fundo da casa, com o rio Uruguai e seus peixes, onde o outro sempre fora a Argentina(…)Até os 20 anos fui jogador de futebol no Andradas, no Bangu, no Canto do Rio e no Sá Viana(…)com 5 anos vendia verduras, com 14 anos trabalhei numa sapataria.”Do livro Solidão Provísoria” 1978 São Paulo . Sua mãe a D.Dica, calma, de educação esmerada, lutou muito para que ao seu primogênito nada faltasse, vestia seu menino como um principe, não descuidando de sua educação. Libisca estudou, primeiramente no colégio Julio de Castilhos, passando por outros educandários como Romagueira Correa, Dom Hermeto. De D.Dica, cujo nome era Francisca Goulart de Miranda, tia de meu cunhado perseverando Goulart de Miranda, o “Berando” casado com minha irmã Anacleta Fanti de Miranda, por isso tive uma intimidade familiar com Libisca e a liberdade de falar nele. Seu pai? Conheci o de criação, como se diz, seu Elpídio, conhecido no bairro: Elpidio Analvino Nunes da Rosa, vinha ser primo do meu avô Marcelino Nunes, ambos de Alegrete. Seu Elpídio, um carroceiro que fazia fretes no antigo Porto de Uruguaiana, de coração generoso, homem de trabalho rude e de atitudes simples, mas com honestidade acima de tudo. O apelido familiar de Libisca vinha de não se alimentar direito, somente lambiscava, por isso era um guri franzino e magricela. certa vez, o Libisca com doze anos, mais ou menos escoteiro do Grupo Emboabas, do qual eu era o chefe participavamos de um bivaque junto com os demais. Íamos para o Boca Torres, num domingo de manhã cedinho. Libisca que eu o chamava de Luis Carlos, por sua fragilidade, não aguentando o peso da mochila, estatelou-se no portal da estância de seu Boca Torres: “Tropa alto! todos pararam. Lá fui eu busca-lo pelo braço, quase arrastando-o encorajando que ” “o escoteiro é alegre e sorri nas dificuldades” máxima do oitavo artigo da lei escoteira.”em sua adolescência fazia versos e ia no escritório “IRESC, nos altos do Mercado Municipal, mostrar-me seus poemas e pedir para datilografa-los. Nunca iria imaginar que aquele guri magricela, conversas simples a principio, seria um grande poeta, conhecido nacionalmente e internacionalmente,com muitos livros editados, uma estrela da Poesia contemporânea, comparado ao outro expoente como o Mario Quintana. Libisca transformou-se em Luiz de Miranda, nome porque é conhecido artisticamente. Uruguaiana, 2002.

Danilo Ucha

A poesia de Luiz de Miranda é feita de sensibilidade, de dor e constatação da dor, mas tem um tom eloqüente de testemunho e denúncia das coisas ruins que abateram sobre nós, das coisas escuras e aterradoras, tenebrosas e indignas. Sua palavra escorre livre, mas não é descuidada; sua preocupação é política, mas não é panfletária; seu tema é o homem, mas seu verso não é particular. Porto Alegre, 1978.

Diego Mendes Sousa

Luiz de Miranda é o maior poeta Latino-Americano. Parnaíba, Piaui, 2011.

Dyonélio Machado

Memorial é belo livro, forte e lírico. Luiz de Miranda é poeta vero, vindo da fronteira para cantar em todo o país. Porto Alegre, 1975.

Edla Van Steen

Votos de grande sucesso, poeta maior.São Paulo,abril de 2015

Eduardo Jablonski

Desde outubro de 2000, quando iniciei a ler e a publicar resenhas e
livros sobre a obra de Luiz de Miranda, o considero o maior poeta da
história. Principalmente por causa de obras-primas como “Cantos de
Sesmaria”, “Monolítico”, “Vozes do Sul do Mundo”, “Rio de Janeiro,
Canto de Luz Mar Adentro” e “Salve Portugal”, isto é, seus
livros-poema, ninguém no Brasil chega perto em termos de qualidade
imagética. Também estão num grupo inferior, ou no máximo no mesmo
time, poetas como Dante e Virgílio, Pessoa e Pound, Eliot e Whitman.
Mas se ele tivesse escrito apenas “Nunca mais seremos os mesmos”, este
seria o maior livro da poesia nacional. Eduardo Jablonski, janeiro de 2013.

Ênio Silveira

Sem qualquer limitação sectária, sem qualquer engajamento político de palanque e circunstância, Luiz de Miranda é o apaixonado arauto de novos e melhores tempos, é companheiro de jornada que socorre aflitos, anima pessimistas e canta com a maioria as canções estradeiras que nos vão levando para a frente, rumo à claridade do dia que está para nascer. Rio, 1992.

Os poemas, líricos, fulgurantes, apresentam-no uma vez mais no alto patamar em que já há um bom tempo o colocaram. Sua poesia, vigorosa e tocante, é daquelas que conduzem aos píncaros da emoção os leitores mais sensíveis. Rio, 1996.

Erico Verissimo

Andança, no qual encontrei poemas que muito me agradam. Porto Alegre, 15 de janeiro de 1970.

Fabio Lucas

Grato pelos momentos de leitura de “Monolítico”, poesia entregue à glorificação do lado erudito e ao memorialismo confessional.  São Paulo, 24 de agosto de 2012.

Fernando Py

No caso de Miranda, como de todo o poeta que conhece bem o seu oficio, o valor da palavra, da linguagem poética, esta na base da realização de sua obra. Miranda não desconhece a importância da palavra em seu contexto: ele se expressa sem utilizar ambigüidades e hermetismo desnecessários contraproducentes. Sua atitude diante da vida exprime, basicamente, a condição do indivíduo diante do tempo que o conforma. Em suma, é como uma meditação existencial de certo modo à maneira do Ser e Tempo de Heidegger, um enfoque da vida com uma contingência no tempo. Sua poesia evolui hoje para um approach da vida inteiramente maduro, com toda a consciência eficaz de um grande poeta. Petrópolis, RJ, 2001.

Sua poesia contém, assim, um aspecto nitidamente épico, não da epopéia clássica (que festeja os heróis ou algum fato marcante da história), mas um épico que celebra – e legitima – as lutas e confrontações dos principais nomes da sua história e da história brasileira e mundial. Petrópolis, RJ, 21 de maio de 2010.

Ferreira Gullar

No caso de um poeta como Luiz de Miranda, as soluções formais resultam da necessidade de formular o vivido e o sentido, emoções e idéias que são expressão de um compromisso claro com seu país e seu tempo. E não apenas de um compromisso intelectual, que faz com que ele sinta a solidão das outras pessoas, que faz com que pese sobre a sua palavra o silêncio de milhões de brasileiros que estão vivendo, com ele, esta Solidão provisória (…) A poesia de Luiz de Miranda fala de nós todos. Buenos Aires, 1976.

Felix de Athayde

O poema de Luiz de Miranda põe-nos em contato com um poeta maduro, manejador exímio dos seus instrumentos de trabalho, domador emérito de palavras. Sua voz vinga o Minuano, ultrapassa-o e impõe uma dicção pessoal no concerto geral da poesia brasileira. Rio, 1985.

Gerardo Mello Mourão

A poesia de Luiz de Miranda. Esta poesia pura e limpa, em que as palavras do poeta estão menos próximas dos instrumentos de percussão do que dos bandoneons e das flautas de puro sopro. O sopro às vezes suave como as brisas de sua cidade fluvial, às vezes violento como os ventos espantados do pampa. Tua poesia, como a dos neo-helênicos de Alexandria (vide Kavafis), é uma das poucas neste país em que se estrutura como num “organum”, a grande voz única e inumerável do homem que traz dentro de si, ao mesmo tempo, sua cidade e seu campo. É a mais alta voz poética do Rio Grande. A voz do homem do Rio Grande, homem “polido” da “polis”, cavalheiresco e urbano em seus galpões reunidos, como gauchesco e magnífico nas praças de armas de sua cidade. Neste Quarteto, Luiz de Miranda alcança momentos dos mais altos da poesia brasileira de nossos dias, e funda em um Canto Maior – como os maiores que até hoje nos chegaram do sortilégio de vozes e visões do país do Rio Grande. Luiz de Miranda é o poeta medular do Rio Grande. Rio, 1999.

Luiz de Miranda é o grande poeta do Pampa, no mesmo lirismo épico de José Hernández, num tom mais alto que o próprio Martín Fierro. Rio, 2003.

Como já disse, tua Poesia é única, funciona como um “organum”, como os neo-helênicos de Alexandria(vide Kavafis). Chegas com Nuca Mais Seremos os Mesmos ao topo mágico dos grandes poetas. És uma das mais poderosas poéticas do mundo atual. Pena que eu ande adoentado e não possa escrever um ensaio sobre isto. Rio, 2006.

Queridíssimo Miranda:
Não sei se começo por agradecer-te o deleite de ler este livro do Cantos de Sesmaria, que por onde passar hei de falar dele. Ou se começo pelos pedidos de desculpa da demora em mandar-lhe estas poucas linhas de prefácio. Há meses minha querida mulher caiu num processo cruel de perda da memória, caminho da demência total que vamos atalhando com não sei quantos tratamentos.Isto levou-me a uma situação terrível “stress” agravado pelos reumatismos ferozes nas mãos e nas pernas. Quando vieres aqui compreenderás. Ainda hoje cheguei de Brasília, para mil exames no Hospital Sarah Kubitschek. Mas isto é apenas um detalhe. A alegria de ler três vezes este livro teu me salvou de tristezas e depressões maiores. Um abraço afetuoso e lírico, 21 de fevereiro de 2003.

Guilhermino Cesar

De qualquer modo, penso que Memorial assinala uma vertente; reúne-se ao que de melhor existe no Brasil. Porto Alegre, 1973.

Ivan Junqueira

Cantos de Sesmarias, nos quais você tão liricamente celebra os seres e paisagens desse nosso caduco universo, fazendo-os perdurar graças ao poder e a magia do canto, assim com o fizeram os aedos da antiga Grécia. Rio, 2004.

Nunca Mais Seremos os Mesmos, esta epopéia que resume toda a sua mitologia pessoal como poeta e que nos descortina aquilo em que consiste a herança dos que nascem nos Pampas. Trata-se de um poema de raiz e que, como tal, mergulha fundo e viscoso na alma de quem o lê. Presidente da Academia Brasileira de Letras. Rio, 17 de abril de 2005.

Muitíssimo grato pelo envio dos seus Melhores Poemas, exemplarmente selecionados por Regina Zilberman, que os apresenta de forma concisa e qualificada. Agradeço-lhe também a escolha de um breve comentário meu para figurar na orelha do livro, que já tardava, mas que, felizmente, chega a tempo às nossas mãos. Rio de Janeiro, junho de 2010.

Jayme Copstein

Tipo acabado de bom sujeito. Algumas vezes, meio doido varrido. Lírico como um salgueiro debruçado sobre um lago. Áspero e majestoso como uma cordilheira recortada em uma paisagem árida. Pois este é o Poeta Luiz de Miranda. Gênio. Nome definitivo das letras do Rio Grande e do Brasil. Despido de exibicionismo, pois é um homem simples, mas que não passa despercebido nas ruas de Porto Alegre, porque é uma das figuras típicas da vida da cidade que ele adotou. Porto Alegre, 2002.

João Antônio

Poeta do Sul, do bar, da vida verdadeira, Poeta total. Rio de Janeiro, Dezembro de 1983.

José Augusto Seabra

O essencial da poética de Luiz de Miranda, um dos mais altos momentos da Poesia Brasileira Contemporânea, se inscreve na grande tradição da Língua Portuguesa e na esteira da revolução das linguagens do nosso tempo, aberta ao futuro pelo modernismo dos dois lados do Atlântico e prolongadas por sucessivas gerações deste século. Paris, 1977.
Luiz de Miranda, com Cantos de Sesmaria, canta sua terra, e faz dela um canto universal, tornando-se um dos maiores poetas do mundo. Paris, 2003.

José Édil de Lima Alves

Luiz de Miranda não é mais um poeta da poesia do Rio Grande ou do Brasil. É um grande poeta da Língua Portuguesa. Porto Alegre, 1996.

Um livro para guardar sempre às portas do coração. E lê-lo será uma grande aventura para a sensibilidade do leitor. O amor, a solidão, a agonia e o mistério atravessam os séculos como matéria-prima da alma humana. No contexto das literaturas em português – pode-se afirmar – este Quarteto dos Mistérios, Amor e Agonias, de Luiz de Miranda, seja pela temática universal que aborda, seja pela qualidade na elaboração da linguagem, é uma das raras obras e equipara-se com a do clássico e sempre atual Camões. Este singular livro oferece ao leitor o que de melhor a poesia pode dar a quem valoriza o espírito como realidade humana e transcendente. Porto Alegre, 1999.

De fato, analisando com vagar e atenção os livro até hoje publicados de Luiz de Miranda, sem qualquer dúvida é possível afirmar que se trata de um dos grande poetas brasileiros de todos os tempos, dando segmento às grandes produções no idioma português, de Camões a Fernando Pessoa, passando por Antero de Quental e Carlos Drummond de Andrade. Porto Alegre, 2005.

Julián Murguía

Solidão Provisória é pequena obra prima. Fala da tirania e da resistência na poesia e espero que nunca outro poeta em Nuestra América precise escrever sobre essa dor.Montevideo, 1986.

Juremir Machado da Silva

Profissão poeta e ele é o maior poeta vivo do Rio Grande do Sul. Luiz de Miranda é um homem que vive, transpira, dorme, sonha, só faz poesia. Porto Alegre, março de 2005.

Luiz de Miranda é o poeta do pampa. O poeta com o pampa na alma e a alma no pampa. Nenhum outro poeta brasileiro contemporâneo representa como ele a cultura do gaúcho entre o campo e a cidade, dividido entre a saudade do que nunca mais será e a solidão do que ainda não é. Nesse sentido, a sua voz é uma marca inconfundível.Porto Alegre, 13 de maio de 2006.

Lêdo Ivo

No fremente verso livre ou aparentemente livre de Luiz de Miranda, o amador de poemas haverá de aferir o respaldo dos saberes poéticos os mais diversos. Ao longo de uma prolongada aprendizagem, o poeta gaúcho soube recolher os materiais vivenciais ou estéticos, necessários à generosa expressão de si mesmo. E, mais que qualquer dos seus livros anteriores, esta Trilogia da Casa de Deus, com a sua interrogante alçada metafísica, calor carnal e fremência amorosa, a pluralidade de metros e ritmos, e ainda a imagística transgressora, indica que a efusão lírica e o transbordamento vocabular e frasal são as metáforas afortunadas de uma severa vigilância poética. Rio, 2001.

Com a maior alegria saúdo a aparição dos Cantos de Sesmaria, de Luiz de Miranda. Com este novo livro o poeta já reconhecido e consagrado pela Academia Brasileira de Letras – que lhe conferiu o Prêmio de Poesia – alcança um novo páramo de uma trajetória marcada pela constante ascensão. Na sua alta voz  o assento lírico e subjetivo se une a um longo sopro épico. A voz pessoal é também uma voz coletiva: do pampa, da sesmaria, do passado arcaico e do presente convulso. É Luiz de Miranda, assim, um poeta da amplidão, dos horizontes desdobrados de sua terra natal: e ainda de outras terras, concretas ou imaginárias. É uma segura técnica sublinha que, nele, arte e vida se conjugam e se interpenetram, num diálogo interminável. Rio, dezembro de 2003. Academia Brasileira de Letras.

Mais uma vez me detenho a ouvir o seu cântico luminoso e belo e tributo a minha admiração ao grande poeta que celebra o Rio de Janeiro com a mesma amplitude lírica, efusão emocional e profundo sentimento humano com que guarda o Rio Grande do Sul em seus poemas desfraldados como estandartes. Rio de Janeiro, 12 de junho de 2012. Academia Brasileira de Letras

Luiz Antonio de Assis Brasil

Sendo uma realização íntima, a poesia de Luiz de Miranda, entretanto, vai além do universo pessoal, abrindo espaços para uma reflexão sobre o ser humano de todas as longitudes. Nada lhe é indiferente, seja o indivíduo em suas tragédias únicas, seja a sociedade em seus desencontros coletivos. Isso, somado ao rigor formal, garante a perenidade aos seus poemas que, assim, adquirem o estatuto de verdadeira obra de arte. Saúdo este novo livro como a reafirmação de uma carreira que já vai longa, e que o tempo só consolida. Porto Alegre, 2003.

Lygia Fagundes Telles

Luiz de Miranda, Poeta Maior. São Paulo, fevereiro de 2002. Academia Brasileira de Letras.

Mario Benedetti

Me aparece com esse livrão, que pensei que era obra completa.

Confirma o que escrevi antes: que seria um grande poeta. Montevidéo, janeiro de 2000.

Mario Quintana

Porto Alegre, Roteiro da Paixão, é o canto sinfônico da cidade. Porto Alegre, 1985.

Moacyr Scliar

Luiz de Miranda não precisa se apresentar como poeta. Basta olhá-lo, basta trocar com ele três palavras para perceber que a poesia faz parte de sua pessoa. Luiz de Miranda respira poesia, fala poesia. Há uma aura de poesia em torno de sua figura. É uma poesia que tem a força do povo, que fala da gente comum, da terra, com simplicidade, generosidade e emoção. Gostaria de acrescentar que, como pessoa, Luiz de Miranda é tão autêntico quanto sua arte. É impossível não gostar dele, como é impossível não gostar de sua poesia. Luiz de Miranda, poeta maior deste país. Porto Alegre, 1997.

Luiz de Miranda, ápice da Poesia Brasileira. dezembro de 2006.

Nélida Norris

A preeminência lírica de Luiz de Miranda na poesia brasileira é bem conhecida. Ela é prestigiada pela vitalidade técnica e uma linguagem de absorventes esplendores estróficos. Esta valorização tão admirada e difundida de sua elaboração poética surge da profundidade conceitual que Miranda recolhe das ressonâncias de seu ser, para logo expressá-las em transparências íntimas conjugadas pelo amor que lhe desperta sua terra natal. A este acervo de matizes sensoriais, Miranda soma o alvoroço que emana do vagar a cavalo por essas solidões do pampa uruguaianense até conectar-se com essa dimensão mítica nas vivências de um Martín Fierro ou na integridade passional daquele Cavaleiro Andante de singulares anelos que todos amamos. Por tudo isso não é uma aventura afirmar que por suas profundas raízes reflexivas e sua fluidez de sentimentos épicos, a trova de Luiz de Miranda é um firme sinal epopéico que abre as portas da literatura universal a Paso de los Libres.University of Miami – Jacksonville, FL, USA. – Miami, maio de 2008.

Nelson Werneck Sodré Sodré

Luiz de Miranda sabe que a solidão é provisória e decorre da derrota, exílio, distância, saudade. Escreveu longe e perto. Sua poesia se junta à de alguns, uns poucos, que souberam ver o que viu, sentir o que ele sentiu. A época era amarga e opaca e escura, é atravessada por essa poesia como um relâmpago. Sua luz denuncia auroras. Do provisório, entrevemos o definitivo. Rio, 1977.

Ler os versos do seu Estado de Alerta, nestes dias conturbados que vamos vivendo -ou sobrevivendo- está sendo para mim mais do que um prazer intelectual, tomar contato íntimo com a vida e senti-la através de sua sensibilidade apurada de poeta. Receba felicitações do seu admirador de sempre. Rio, 6 de dezembro de 1981.

Livro do Pampa retrata, em termos de pura poesia, tudo que a campanha gaúcha tem de mais precioso, da infinita paisagem em que o horizonte foge, à presença do homem, tão confundido nela como parte essencial. Esses versos ficam como nota gloriosa do Rio Grande sempre presente na memória de todos que conheceram e viveram. Luiz de Miranda soube desenhar em poesia tudo o que ficou gravado no espírito dos que viveram e conheceram o cenário e as criaturas. É uma procissão de seres e de coisas, no fundo de uma paisagem de sonho e de movimento. Poucos a cantaram assim, com esse fervor e com essa paixão que assinala o apego ao chão do pampa e o sentimento de sua grandeza. Rio, 1995.

Luiz de Miranda é uma das poucas grandes vozes da poesia brasileira atual. Rio, 1996.

Orígenes Lessa

Luiz de Miranda, grande poeta. Rio, 1979.

Perfecto Cuadrado

Miranda é o grande poeta épico que transforma o eu pessoal em coletivo, a voz individual na voz de um povo. Dá prosseguimento ao que fez Rubén Darío, seguido por Gabriela Mistral e Pablo Neruda, é uma voz única na América Latina. Madrid, 2005.

Mas é a voz do épico a que eu queria destacar, porque a ela se subordinam ou dela se contagiam todas as outras vozes. Entre os nomes que a memória arrastou na sua vertigem –e não só neste livro- aparecem os de Whitman, Neruda, Rubén Darío e Maiakovski, quatro das mais importantes vozes épicas da Modernidade. O épico aparece ali onde uma nova realidade se está configurando, um novo mundo, um pensamento novo, una nova e diferente maneira de viver e conviver, de ver e de viver a vida.  O poeta épico celebra e legitima e preserva para o futuro os sonhos e as lutas e as transformações e os seus protagonistas. O canto de Luiz de Miranda é um canto épico que tem uma paisagem física e humana como herói. Palma de Mallorca, Espanha, fevereiro de 2009. Prêmio Luso-Espanhol de Arte e Cultura, 2008, Lisboa.

Raul Bopp

A poesia de Luiz de Miranda revela a sensibilidade do verdadeiro e grande poeta. É uma contribuição definitiva à literatura brasileira. Rio, 1978.

Regina Zilberman

O Amor de Amar é sobretudo o amor da poesia, e esta vem a ser a personagem que se afirma soberana na conclusão dos versos. Acima do eu, dos sofrimentos pessoais e da felicidade particular, o escritor Luiz de Miranda coloca o fazer poético e a linguagem que o expressa, num lance de generosidade, e, é claro, também de paixão. Porto Alegre, 1986.

Escritor em tempo integral, Luiz de Miranda fez da poesia seu modo de viver, convertendo em palavra toda experiência, o que se dá sobretudo de forma sensorial. Voltado inicialmente aos temas políticos, deixou claro que são os fatos particulares, e não generalidades ou teses, que movem sua sensibilidade. A mesma particularização transita para sua poesia amorosa, filosófica ou teológica, porque são pessoas e lugares concretos que motivam a manifestação lírica, que se detém mais no objeto da fala lírica, que na intimidade do sujeito. O voltar-se para fora, tratando de temas políticos ou amorosos, singulariza a produção de Luiz de Miranda, revelando o homem do mundo que ele é, permanente andarilho das emoções. Porto Alegre, 2002.

Ricardo Araújo Barberena

Apenas para mencionar uma das últimas homenagens, ressalta-se, em 2009,o Prêmio do Instituto Hispânico,com
sede na Califórnia, EUA… Miranda tem um grupo de leitores que construiu uma admirável Fortuna Crítica,salientando-se,
entre tantos,Carlos Drummond de Andrade, Antônio Houaiss, Ferrera Gullar, Érico Veríssimo, Guilhermino Cesar, Ivan
Junqueira.Porto Alegre,agosto de 2012.

A destreza em flanar sob as calçadas de Porto Alegre não se restringe ao Eu lírico.
Cabe lembrar que o próprio Luiz de Miranda, ilustre passante, é nomeado Secretário
da Noite por Lupicínio Rodrigues, em 1973. Povoador de múltiplos espaços, Miranda integra
o Guinness Book por ser o único poeta vivo no mundo com busto em campo de futebol.
A escultura de Xico Stockineger está localizado no Está do Sá Viana, em Uruguaiana.
Seja nas arquibancadas, seja nos bares, “esconderijos da cidade”,repercute a voz
do poeta:”nesta cidade vive outra cidade”.12 de junho de 2010.

Sérgio Ribeiro Rosa

De esplêndida coloração lírica e transbordante de calor humano, este Livro do Passageiro é uma obra definitiva, que assinala a presença de Luiz de Miranda entre os principais valores da atual poesia brasileira. Porto Alegre, 1992.

Stella Leonardos

Beleza de livro, o seu! Memorial de grande força, cantigas e trajetos que ficam na memória e no coração do leitor porque verdadeiros. Poeta de verdade é você e viva sua poesia doída e lúcida. Rio, 3 de dezembro de 1973.

Tabajara Ruas

Acho que nem Quintana escolheu para si a cruz da poesia. Nejar, Trevisan, Laci, Hecker, Duclós são grandes poetas, mas também são jornalistas, professores, publicitários, intelectuais. O poeta puro; o poeta louco, o poeta que é apontado na rua mesmo pelos que jamais leram um livro, o poeta que escreve na Carteira de Trabalho “poeta”, o poeta com a dimensão da História para assumir na maior cara-de-pau a presença do poeta na História, o poeta que traça para si a biografia de poeta e cria a mitologia do poeta, o poeta suficientemente romântico para atirar-se como um cavaleiro andante nos territórios da escuridão e do desafio, o poeta suficientemente trágico para jogar-se no vôo cego da poesia, o poeta puro na sua loucura, o poeta que escolheu para si a cruz da poesia, existe. Veio de Uruguaiana, Rio Grande do Sul, e chama-se Luiz de Miranda. Porto Alegre, 1989.

Tania Rosing

Miranda

És um grande  poeta. Passo Fundo, junho de 2009.

Vladimir Cunha dos Santos

Muitos novos livros e novos prêmios.
Buenas Noches el gran poeta de las Americas,
usted e lo cubano José Martí.​Porto Alegre, 10 de julho de 2015

Volnyr Santos

A obra de Luiz de Miranda aproxima-se da poesia de Carlos Drummond de Andrade – e a aproximação é significativa – no que se refere à ambivalência de sentimentos. Assim como Drummond, Luiz de Miranda confirma uma posição particular de homem que vive dois mundos sociais, dois universos culturais: um Brasil tradicional, interiorano, e um Brasil moderno, urbanizado; no caso, o interior do Rio Grande do Sul, representado, ao mesmo tempo, pela terra natal, a Uruguaiana que não mais existe, e a cidade de Porto Alegre para a qual compõe um Roteiro da Paixão. Porto Alegre, 1994.

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